EUA aliviam restrições à China e podem prorrogar trégua tarifária
Chefe da aliança militar instou as três nações do Brics a pressionarem o presidente russo, Vladimir Putin, pelo fim da guerra na Ucrânia – ou arriscarem tarifas comerciais ainda mais pesadas dos EUA.

Os Estados Unidos anunciaram uma flexibilização nas restrições de exportação de produtos tecnológicos para a China, em um movimento visto como estratégico e com possíveis desdobramentos globais. Segundo o Financial Times, a decisão busca melhorar os laços comerciais e abrir espaço para um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ainda este ano. Fontes próximas ao Departamento de Comércio americano indicam que Washington tem evitado medidas mais severas contra Pequim nos últimos meses.
A decisão representa uma mudança de postura em relação à política anterior do governo Trump, que havia endurecido o controle sobre exportações de tecnologia para o mercado chinês. Um dos casos mais emblemáticos foi a restrição ao chip H20 da Nvidia, desenvolvida especificamente para a China. Após conversas diretas entre Trump e o CEO da Nvidia, Jensen Huang, a empresa anunciou neste mês a retomada das vendas de suas unidades H20. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que essa liberação está relacionada às negociações sobre terras raras e ímãs, recursos estratégicos para a indústria tecnológica.
Críticas e debate sobre riscos estratégicos
A decisão, no entanto, provocou críticas nos setores de segurança nacional. Um grupo de 20 especialistas e ex-funcionários do governo, incluindo Matt Pottinger, ex-vice-conselheiro de segurança nacional, deve divulgar uma carta nesta segunda-feira (28) classificando a flexibilização como um “erro estratégico que ameaça a vantagem econômica e militar dos Estados Unidos na área de inteligência artificial”, segundo informações obtidas pelo Financial Times.
Sinais de trégua na guerra comercial
Em paralelo, cresce a expectativa de uma prorrogação de 90 dias na trégua tarifária entre EUA e China. A terceira rodada de negociações está prevista para esta segunda-feira (28), em Estocolmo, na Suécia. Fontes próximas às tratativas, ouvidas pelo South China Morning Post, indicam que as duas potências devem evitar novas tarifas e tentar reduzir a escalada da guerra comercial.
Entre os temas mais delicados, está a pressão chinesa sobre tarifas ligadas ao fentanil. Em março, Trump impôs uma taxa extra de 20% sobre algumas importações chinesas, alegando falta de medidas eficazes de Pequim para conter o envio da droga para os EUA. Segundo uma das fontes, a China poderia aceitar uma tarifa base de 10% sobre todas as importações caso as sobretaxas adicionais sejam suspensas.
Trump fala em otimismo nas negociações
Demonstrando confiança, Trump declarou a jornalistas, durante uma visita à Escócia, antes de se reunir com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia:
“Estamos muito perto de um acordo com a China. De fato, já avançamos em pontos importantes, mas vamos ver como isso vai se desenrolar.”
EUA e União Europeia fecham acordo com tarifa fixa de 15%
Neste domingo, Donald Trump anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia, com tarifas fixas de 15% sobre exportações europeias — percentual inferior aos 30% inicialmente previstos para o Brasil. O pacto foi fechado após reunião com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em Turnberry, na Escócia.
O acordo EUA–UE segue o modelo do pacto firmado entre os Estados Unidos e o Japão, que também estabeleceu tarifas de 15% sobre produtos importados. Antes da reunião, Trump já havia afirmado que a UE não teria tarifas abaixo de 15% e reforçou essa posição ao ser questionado por jornalistas: “Não”, respondeu de forma categórica.
EUA e União Europeia fecham acordo com tarifa fixa de 15%
Após reunião com Ursula von der Leyen na Escócia, Donald Trump confirmou o acordo comercial entre EUA e UE. O pacto prevê tarifas de 15% sobre exportações europeias, compra de energia e investimentos bilionários. Para Trump, o resultado é “ótimo para os dois lados”
Notícias ao Minuto | 05:00 - 28/07/2025
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