Maioria dos americanos não ganha o suficiente para custear padrão básico de vida, aponta estudo
Relatório mostra que o custo para manter uma vida digna nos EUA está crescendo mais rápido do que os salários, afetando especialmente os 60% mais pobres da população.

A maioria dos americanos não tem renda suficiente para manter um padrão mínimo de vida, de acordo com um novo relatório do Instituto Ludwig para a Prosperidade Econômica Compartilhada (LISEP). A análise vai além dos custos básicos como alimentação e moradia e inclui despesas essenciais para viver com dignidade hoje, como tecnologia, saúde, educação, vestuário profissional e lazer básico.
O relatório usa um índice próprio — o Minimal Quality of Life Index — para medir se os cidadãos têm condições reais de viver o chamado "sonho americano". Segundo o estudo, os 60% mais pobres da população dos EUA não atingem esse padrão mínimo. Em 2023, esses lares ganhavam em média US$ 38 mil por ano, mas precisariam de pelo menos US$ 67 mil para cobrir todos os itens do índice.
“Estamos vendo a classe média encolher, e isso é perigoso. É o tipo de cenário que gera instabilidade social”, afirmou Gene Ludwig, presidente do LISEP. “O sonho americano não é ter tudo de graça — é saber que, com trabalho duro, você pode melhorar de vida. Mas hoje, isso não está mais garantido.”
Entre 2021 e 2023, o custo para manter esse padrão mínimo de vida dobrou, puxado principalmente pelos aumentos nos gastos com moradia, saúde e educação. Só para estudar em uma universidade pública estadual, a necessidade de poupança subiu 122% no período.
Enquanto isso, a renda dos 60% mais pobres caiu 4% em termos reais no mesmo intervalo. Os salários desses trabalhadores cresceram apenas 0,37% ao ano, ritmo inferior ao dos 40% mais ricos, ampliando ainda mais a desigualdade. Segundo Ludwig, a tendência é de piora: “Os custos do que é necessário para viver com dignidade crescem mais rápido do que os salários.”
Fonte: CBS
COMENTÁRIOS