Infográfico: o que está por trás das explosões de pagers e walkie-talkie do Hezbollah
Israel manteve uma empresa de fachada na Hungria para vender os equipamentos para o grupo extremista no Líbano, segundo o jornal 'The New York Times'. Mas Tel-Aviv não se manifestou. Pagers explosivos no Oriente Médio
O que explica explosões de milhares de pagers e aparelhos de rádio no Líbano?
Ao menos 37 pessoas morreram nesta semana e mais de 3.000 ficaram feridas em duas ações coordenadas no Líbano: as explosões em série de pagers e de walkie talkies usados por integrantes do grupo extremista Hezbollah.
Israel é apontado como autor dos ataques pelo Líbano, pelo Hezbollah e pelo Irã. A questão foi levada pelo Líbano nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU. Não houve uma decisão; o Líbano acusou Israel de "terrorismo". O representante israelense não mencionou os ataques, mas disse que o Hezbollah viola a lei internacional ao ocupar a fronteira norte de Israel e que usará todos os meios necessários para se defender.
Segundo o jornal The New York Times, Israel manteve uma fábrica de fachada em Budapeste, na Hungria, para vender os pagers ao Hezbollah. A agência Reuters informou que duas divisões secretas israelenses, o Mossad e a Unidade 8200, atuaram na operação. Israel não comentou.
Os pagers --dispositivos comuns nas décadas de 1980 e 1990, mas em desuso atualmente-- passaram a ser utilizados porque o Hezbollah temia ser monitorado por Israel caso seguisse usando celulares.
A situação fez escalar a tensão entre Israel e Hezbollah, que atacaram um ao outro nesta sexta. O Exército de Israel bombardeou Beirute, e o grupo extremista lançou foguetes em direção ao território israelense.
Ambos têm histórico de décadas de conflito, que se intensificaram após o grupo terrorista Hamas invadir Israel, causando a morte de 1.200 pessoas e o sequestro de outras 240, em 2023; em reação, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que matou mais de 40 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas. O Hezbollah é aliado do Hamas.
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